sábado, 29 de maio de 2010

Insônia


Mais uma vez o vento torna a ecoar nos
cômodos vazios da minha casa.
Esse som me assombra todos os dias,
por mais que o sol esteja lá em cima no céu.
Olho pelas janelas do meu quarto as pessoas que passam a meriva,
a felicidade delas é o meu mais doce conto-de-fadas.
Mas no fundo, sei que nada é verdade.
Elas também possuem um coração pobre.
Todos nós subtraímos, pois não aprendemos a dividir.
Arrancamos tudo de bom uma das outras para
saciar nossa desnutrição de carinho.
E quando penso cair em desgrassa o
vento me traz seu cheiro e acalma meu coração.
Então me esculte Solidão, eu não preciso mais de você
pra conversar depois de um pesadelo.
Encontrei em minha realidade o sonho que tanto pedia,
depois de tantas noites de insônia...